Mensalidades ficam 8,5% mais altas

Como acontece todo ano, as mensalidades das escolas particulares ficaram mais caras. Amparadas pela Lei 9.870/99, que permite um reajuste anual nas mensalidades, as instituições norte-rio-grandenses aumentaram, em média, 8,5% o custo mensal aos pais dos alunos. O incremento autorizado oficialmente ficou entre 7,15% e 12%, mas algumas escolas potiguares chegaram a ultrapassar essa porcentagem. O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do RN (Sinep), Alexandre Marinho, não quis comentar o assunto, mas justificou que o aumento acima do permitido pode ser adotado se a planilha de custos da escola exigir.
Os novos preços foram colocados em prática pelas escolas já em dezembro passado, quando normalmente é aberto o período de matrículas. Conforme prevê a legislação, as instituições têm até 45 dias antes do último dia de matrícula para anunciar o reajuste nos valores. No entanto, algumas escolas da capital ofereceram bonificações e taxas de matrícula a preços antigos, no intuito de atrair novos alunos. ‘‘Mas isso não significa que a mensalidade vá ficar com o preço antigo. Isso acontece a título de bonificação, que a escola pode fazer se quiser. Mas no mês seguinte, a mensalidade virá reajustada’’, alerta Marinho.
A estimativa do Sinep é que 80 mil estudantes das 367 escolas privadas de todo o Rio Grande do Norte sejam atingidos com a mudança de preço. O reajuste autorizado este ano é 2,5% maior do que o repassado em 2008 e, como sempre, varia de uma escola para outra. ‘‘Nós já temos uma inflação em torno de 7% e ainda tem o acordo coletivo dos professores em março, então nós temos que fixar um preço que dê para cobrir essas despesas’’, argumenta o presidente do Sinep, se referindo às diferenças de preço e reajuste entre as instituições.
Depois de estabelecido o reajuste, o novo preço permanece ‘‘congelado’’ pelo ano inteiro, só podendo ser alterado novamente para o exercício de 2010, o que, na opinião de Marinho, é ‘‘um tiro no escuro’’ para os proprietários de escolas particulares.Na hora de alterar as mensalidades, os proprietários das instituições levam em conta gastos com pessoal e encargos - que correspondem a 70% do total -, além de custos com água, telefone, papel, tinta (conhecidos como ‘‘insumos educacionais’’) e manutenção das instalações, que equivalem, juntos, aos outros 30% dos custos de uma instituição educacional. De acordo com Marinho, os colégios ainda devem observar o nível do poder aquisitivo da sua clientela para compatibilizar com ela o reajuste.
Na opinião do presidente do sindicato, o incremento autorizado este ano é considerado justo para o funcionamento das instituições. Mas ao se levar em conta que as escolas têm apenas uma oportunidade durante o ano inteiro de reajustar os preços, mesmo com as alterações no custo dos insumos e no salário dos professores, a situação se torna, no mínimo, ‘‘desconfortável’’, aponta.
‘‘Ao longo do ano os outros empresários podem diminuir seus preços ou aumentá-los, de acordo com as nuances do mercado. Já as escolas não podem fazer isso...somos presos por uma lei em que só podemos aplicar o reajuste de mensalidade uma vez no ano’’, lamenta.
DN Online