Lista de material mais cara

Foto:www.tudotemos.com Apesar do aumento na lista do material escolar, Livraria Câmara Cascudo é a que vende os produtos mais barato em Natal e com mais variedades, conforme última pesquisa do Procon Municipal

As listas de material escolar para o ano que vem vão pesar mais no bolso das famílias brasileiras. Em alguns casos, o aumento pode chegar a 12%. Fornecedores de papel, lápis, borrachas e canetas, entre outros produtos essenciais aos estudantes, já começam a aplicar os reajustes nos preços dos produtos, pressionados pelos efeitos da crise global, como a valorização do dólar. Entre os comerciantes, há quem ainda não tenha definido prazo para que o aumento ocorra, mas todo o segmento concorda em um aspecto: o reajuste é inevitável.
Gerente comercial da Kalunga, que atua no ramo de papelaria e suprimentos de informática, Hoslei Pimenta afirma que a alta da moeda norte-americana está deixando todo o mercado apreensivo quanto à definição de um índice razoável para os dois lados do balcão: empresários e clientes. “O temor se deve à instabilidade da moeda. Com esse sobe-e-desce, não há como saber que reajuste aplicar.
Não adianta estabelecer um preço hoje e cobrar outro amanhã. Mas posso afirmar que as mercadorias ficarão mais caras”, antecipa. O aumento ocorre porque muitos produtos vendidos nas papelarias têm o dólar como referência. “Não tem outro jeito. O dólar é a base”, diz Hoslei.
Outra conseqüência da crise temida pelos comerciantes, segundo o gerente comercial da Kalunga, é a redução do consumo. “Acompanhamos diariamente os números. Analisamos, por exemplo, quais são os produtos de menor giro. Se houver queda nas vendas, o primeiro passo será reduzir despesas. Mas não devem ocorrer demissões, pois estamos perto do fim do ano e da volta às aulas”, acrescenta.
Gerente de compras da Papelaria União, tradicional no Centro do Rio de Janeiro, Franklin Barão destaca que os papéis já estão mais caros para os consumidores: “Todo o tipo de papel teve um aumento significativo há duas semanas. Folhas A4 e para fichário, por exemplo, subiram até 12%”.
Mãe de três filhos, a figurinista Vilma Pereira, 48 anos, gastou no início do ano R$ 600 em material escolar. Preocupada com o aumento dos preços, Vilma afirma que, desta vez, vai pesquisar muito e fugir das marcas famosas.

Papel A4 está entre os que mais subiram
Produto obrigatório na lista de material das crianças, o papel A4 é um dos principais itens afetados pela crise. Nos casos do Chamex e Chamequinho, fabricados pela International Paper, o aumento chega a 7%. “O reajuste já foi anunciado aos distribuidores e será aplicado a partir do próximo dia 17”, informa Jefferson Leite, gerente-geral de negócios de papel cortado.Para não afastar os clientes, a empresa, segundo Leite, vem se esforçando para repassar o mínimo possível os aumentos. “O objetivo é reduzir o impacto no bolso do consumidor, porque é um momento em que ele inevitavelmente vai às compras”, pondera Leite.
Fonte: O Dia online