Hemonorte precisa de doação de sangue
A assistente social abre a porta da sala de doações e mostra uma triste realidade. Não havia ninguém doando sangue naquele momento. Mais tarde, um voluntário se apresenta e é aprovado. O mecânico Waldenir Elói da Costa, 33 anos, atendeu à solicitação de uma conhecida e foi ao Hemonorte na tarde dessa terça-feira. Ele informou que outras três pessoas também se solidarizam com a colega, mas haviam sido imunizadas contra a rubéola e não foram aprovadas para a doação.
Os estoques do banco de sangue do Hemocentro Dalton Cunha (Hemonorte) estão comprometidos desde que foi deflagrada a campanha de vacinação contra a rubéola. Para tentar reverter a grave situação, a instituição montou um posto de vacinação no local, facilitando a vida dos doadores. A assistente social Célia Araújo explicou que os voluntários devem fazer um intervalo de pelo menos um mês entre a vacina e a próxima doação, por isso muitas pessoas não estão se dirigindo ao centro. Quando não sabem da impossibilidade de doação, apresentam-se à instituição e são reprovadas.
O estoque de sangue positivo está satisfatório para atender à demanda hospitalar. A situação mais preocupante é com relação ao estoque de sangue do tipo negativo (mais precisamente B negativo). Caso as pessoas não atendam ao apelo do Hemonorte, que é realizar a doação para depois receber a vacina, pode faltar material no banco de sangue. “Preocupamos-nos a cada ênfase que o governo dá para a campanha de vacinação. No sábado passado, houve um dia D para incentivar a vacina contra a rubéola”, declarou.
Ela informou que haverá outra ênfase em breve, comprometendo ainda mais os estoques do hemocentro. “Mesmo a gente fazendo contatos por cartas e telefone, está difícil trazer os doadores”. A meta de atendimentos por mês é de três mil doações, no entanto, o número se mantém na casa dos 2.700 e mesmo assim é suficiente para suprir a demanda hospitalar. O problema é que a campanha da vacinação começou no dia 9 de agosto e permanecerá até o dia 12 de setembro. Durante e após esse período, a situação tende a se agravar, comprometendo até mesmo o estoque positivo (mais os tipos A e O).
Os doadores devem ter entre 18 e 65 anos, gozar de boa saúde, ter mais de 50 kg e não ter feito tatuagens ou aplicado piercing nos últimos 12 meses.
Clube 25
Para estimular os jovens a doar sangue, principalmente os de classe média e alta, que gostam de cultuar a beleza, criou-se o Clube 25, um programa internacional liderado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pela Cruz Vermelha. A idéia é atrair a “galera” a partir dos 18 anos para integrar um clube de solidariedade.
A meta dos sócios é realizar 25 doações, das quais, 20 devem ser feitas até os participantes completarem 25 anos, para receber o card 25. Com a 25ª doação, o sócio será homenageado com a medalha de honra ao mérito.
Hemonorte: Coleta de sangue das 7h às 18h20 - Av. Alexandrino de Alencar, 1.800. Tirol. (84) 3232-6724. Trailer (posto móvel): Coleta de sangue das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h - Av. Deodoro da Fonseca, em frente à Catedral Metropolitana. Cidade Alta.