Vereadores voltam a depor na Operação Impacto

O delegado Júlio Rocha voltou a ouvir vereadores citados no inquérito que apura um suposto esquema de pagamento de propina a vereadores durante a votação do Plano Diretor de Natal, investigação denominada de Operação Impacto. Na manhã desta segunda, 15 dias após Rocha afirmar que o inquérito seria concluído este mês, prestaram novos depoimentos Carlos Santos e Adão Eridan.
Com a justificativa de que investigação corre em segredo de justiça, Júlio Rocha não explicou o motivo da reconvocação dos vereadores. Entretanto, o Diário de Natal apurou que o delegado e o promotor do Patrimônio Público, Afonso de Ligório, interrogaram os declarantes diante de novas escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça.
Antes de entrar para o depoimento, Adão Eridan conversou com a reportagem e disse que está tranquilo com relação às investigações. ``Eu estava de licença na época. Vim depor porque o meu nome foi citado'', disse. Apesar disso, ele afirmou que teme ter prejudicado seu projeto de reeleição por causa da Operação Impacto. ``Claro que a gente perde alguma coisa. Mesmo que você não esteja envolvido em nada, as pessoas ficam atentas'', revelou o vereador.
Já Carlos Santos disse que apenas reafirmou ao delegado tudo o que havia declarado em depoimento anterior. ``Não teve nada de novo'', declarou. Ele também disse estar tranquilo com a reeleição. ``Tenho uma história. É uma coisa normal a pessoa prestar depoimento quando é chamado'', disse o vereador, ressaltando que foi convocado na condição de declarante.

CONCLUSÃO

Em matéria publicada no dia 7 deste mês, o delegado Júlio Rocha disse que havia pedido à Justiça mais 15 dias para concluir o relatório do inquérito da Operação Impacto. Ele garantiu também que entregaria o documento ao Ministério Público ainda em maio. Caberá aos promotores a decisão de oferecer a denúncia.
``São 15 dias para a gente terminar o relatório'', afirmou Rocha, que solicitou a prorrogação final no dia 30 de abril. Segundo o delegado, ainda faltavam constar no inquérito informações complementares solicitadas a agências bancárias.
Como o MP vem desde o começo acompanhando passo-a-passo a investigação policial, o mais provável é que a denúncia seja oferecida tão logo o relatório seja entregue pelo delegado. Para garantir o direito de ampla defesa dos indiciados, os promotores pedirão o levantamento de sigilo à Justiça. Assim, tudo o que foi apurado ao longo da investigação poderá ser divulgado.
Como declarou à imprensa em outras oportunidades, Júlio Rocha reafirmou nesta terça que ``várias'' pessoas serão indiciadas no inquérito. Além de vereadores, ele disse que pessoas de outras áreas profissionais também vão constar na lista de indiciados. ``Quando terminar o relatório, terei que contar para saber o número exato de indiciados'', chegou a declarar o delegado.

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