Cresce número de brasileiros que não pretendem tomar vacina contra Covid-19

 

ENTRE AGOSTO E DEZEMBRO, ESSE ÍNDICE SALTOU DE 9% PARA 22%; RESISTÊNCIA A UM IMUNIZANTE DE ORIGEM CHINESA É ALTA EM COMPARAÇÃO A VACINAS DE OUTROS PAÍSES. FOTO: ILUSTRAÇÃO/GETTY

Aumentou o número de brasileiros que não pretendem tomar uma vacina contra o novo coronavírus, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada neste sábado.

O levantamento mostra que 22% dos entrevistados disseram que não planejam se vacinar, enquanto 73% disseram que vão participar da imunização. Cerca de 5% declararam não saber o que fazer.

Na sondagem realizada em agosto o porcentual de pessoas dispostas a tomar a vacina era de 89% enquanto 9% disseram não ter intenção de se imunizar.

O Datafolha aponta que a resistência à vacinação é parecida em diferentes grupos, importando pouco o sexo, idade, escolaridade ou renda mensal. A diferença é mais significativa, porém, quando se considera a confiança da população no governo do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a pesquisa, 33% dos brasileiros que dizem sempre confiar no presidente disseram que não vão se vacinar, enquanto esse número cai para 16% entre os que dizem que nunca confiam em Bolsonaro.

O Datafolha mostra também que a população tem mais resistência a uma vacina desenvolvida pela China. Metade dos entrevistados responderam que não tomariam. A CoronaVac é o imunizante em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

A confiança em uma vacina produzida pelos chineses cresce conforme a renda (72% dos que ganham mais de 10 salários mínimos) e a escolaridade — 65% dos que têm ensino superior dizem que tomariam o imunizante chinês, mas, mesmo esse grupo, tem mais abertura a uma vacina americana (86%), inglesa (85%) ou russa (71%).

Na pesquisa, a maioria dos brasileiros (56%) disse querer que a vacina seja obrigatória para toda a população, enquanto 43% são contrários à obrigatoriedade.

IG