Grupo protesta contra racismo em supermercado de Natal e fecha BR-101


Um grupo realizou um protesto antirracista, na noite desse sábado (21), no estacionamento do supermercado Carrefour, em Natal. A manifestação, semelhante a que tem ocorrido em outros estados do país, cobrava justiça por João Alberto Silveira Freitas, homem negro que morreu espancado por seguranças na rede varejista em Porto Alegre, na última quinta-feira (19). 

Cerca de 120 pessoas iniciaram a mobilização na capital potiguar. Com o lema “parem de nos matar”, os manifestantes gritaram por justiça e pediram o fim do racismo estrutural que tem vitimado negros há séculos. 


Vídeo: Cedido

Durante o ato, na unidade que fica localizada na zona sul de Natal, um trecho da BR-101, no sentido Parnamirim, foi interditado. A Polícia Rodoviária Federal esteve no local. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um carrinho de supermercado sendo queimado no local. Em uma outra gravação, capturada pela equipe do Via Certa Natal, algumas pessoas jogam carrinhos de compra do alto do estacionamento do supermercado.


Vídeo: Via Certa Natal

Mais cedo, diante do protesto, o Carrefour decidiu fechar as portas e impedir a entrada dos manifestantes. Os clientes que estavam em compras usaram a porta destinada à passagem de funcionários.

Manifestações pelo Brasil

Os protestos contra o assassinato de João Alberto acontecem pelo Brasil. Quando o dia amanheceu no sábado (21), 180 metros da Avenida Paulista, em São Paulo, afirmava: “Vidas Pretas Importam”. A frase foi pintada, durante a madrugada, por produtores culturais e voluntários. 

Houve manifestação em Santo André, no ABC Paulista, em frente a uma loja do Carrefour que foi fechada por causa do ato. Houve protestos também em Goiânia, Curitiba e Belo Horizonte. Em Recife, integrantes do movimento negro se reuniram em frente à loja do Carrefour no bairro de Boa Viagem. No chão escreveram a frase “Vidas Negras Importam Vivas”. Os ativistas prometem cobrar e seguir lutando por mudanças.

Na sexta-feira (20), o presidente mundial do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, publicou numa rede social que “as imagens postadas são insuportáveis”. Pediu “às equipes do Grupo Carrefour do Brasil total colaboração com a Justiça e as autoridades” e disse que “os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência”.

Em nota divulgada neste sábado (21), o Carrefou do Brasil afirmou que “o dia 20 de novembro, que deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, foi o mais triste da história do Carrefour”.


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