Pesquisa brasileira revela que 31% das mulheres na região Nordeste já sofreram algum tipo de violência física, sexual ou moral


A data 8 de março, Dia Internacional da Mulher está chegando e você conhece o significado? Muitas mulheres manifestam irritação quando são homenageadas neste dia, porque reverberam a discussão de que todo dia é dia da mulher e dia de pensar nos direitos conquistados e naqueles a conquistar.

Por que, afinal, esse dia existe?

Muitas pessoas remetem a data ao ocorrido em Nova York em 1911, quando 130 mulheres morreram carbonizadas em uma fábrica têxtil. A tragédia ocorreu no dia 25 de março, portanto, muitas pessoas associam a data 8 de março a este episódio.

O Dia Nacional da Mulher foi instaurado primeiramente no mês de maio, em 1908, nos Estados Unidos, data em que 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade política e econômica no país.

Em 1910, na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, foi criada uma resolução para que uma data anual fosse promulgada para a celebração dos direitos femininos em todo o mundo. A resolução foi aprovada por mais de 100 representantes de 17 países. Mas a data ainda não foi implantada.

No dia 8 de março de 1917, na Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), que na verdade era o dia 23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia na ocasião, 90 mil operárias protestaram contra Czar Nicolau II, reclamando das más condições de trabalho, da fome e da participação russa na guerra. Mas a data foi oficialmente declarada em 1945, pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Na década de 1960, o movimento feminista ganhou força, e em 1975 a data 8 de março passou a ser comemorada como o Ano Internacional da Mulher.

Pesquisa Nacional traz dados importantes sobre o tema

Foi disponibilizado um questionário no site Trocando Fraldas, entre os dias 7 e 14 de fevereiro para tentar compreender como o público feminino lida com a data 8 de março e como se posiciona frente ao feminismo. O questionário obteve 14 mil participações e os resultados gerais foram:

·         69% das mulheres atribuem algum significado à data 8 de março;
·         55% do público sabe o porquê a data existe;
·         58% das mulheres considera o feminino necessário;
·         41% se consideram feministas;
·         31% sofreram algum tipo de violência por ser mulher;
·         32% sofreram violência física ou sexual e 62% moral;
·         Apenas 20% já participaram de algum movimento feminista;
·         56% já se sentiram em desvantagem por ser mulher;
·         79% das entrevistadas acredita que a situação das mulheres pode mudar no futuro;
·         31% das mulheres no Nordeste afirmaram ter sofrido algum tipo de violência física, sexual ou moral.

Muitas pessoas consideram o movimento feminista ultrapassado ou desnecessário. Outros afirmam que o radicalismo de muitas militantes coloca o movimento em risco. Mas seja qual for a crítica, vale refletir que os direitos femininos existentes hoje só existem porque mulheres (radicais ou não, consideradas “loucas” ou não) lutaram.

A Lei do Feminicídio só foi sancionada em 2015, e colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos, diminuindo a tolerância nesses casos. Ainda há muitos direitos a serem conquistados.