Professor é preso por se recusar a retirar adesivo 'Bolsonaro genocida' do carro


Policiais militares de Goiás prenderam nesta segunda-feira (31) um professor secundarista após exigirem que ele retirasse do carro um adesivo em que chamava o presidente Jair Bolsonaro de genocida.

Apesar de no último sábado (29) milhares de pessoas terem ido às ruas de diversas cidades do país protestar contra o presidente, e em inúmeras ocasiões portarem cartazes e faixas o chamando de genocida, os policiais apresentaram como razão de sua ação a LSN (Lei de Segurança Nacional), editada em 1983, no final da ditadura militar (1964-1985).

A lei, cuja revogação já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, tem sido usada pelo governo Bolsonaro para intimidar críticos de sua gestão.

O argumento principal é que um de seus artigos estabelece como crime "caluniar ou difamar o presidente da República (...) imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação".

Goiás é governado por Ronaldo Caiado (DEM), um dos aliados de Bolsonaro. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado disse que "o policial militar envolvido nesse fato lamentável foi afastado de suas funções operacionais e responderá inquérito policial para apuração de sua conduta".

"O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar, não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade. Assim sendo, todas as condutas que extrapolem os limites da lei são apuradas com o máximo rigor, independentemente do agente ou da motivação de quem as pratica."

Com informações da Folha