RN participa de alinhamento nacional para início da imunização dos trabalhadores da educação
O Fórum
Nacional de Governadores discutiu na manhã desta quinta-feira (27) o início, de
forma integrada, da imunização dos trabalhadores da educação. Para isso, será
elaborado um documento que deve ser remetido às Comissões Intergestores
Bipartites, formadas por secretarias de saúde de estados e municípios,
orientando que autorizem a antecipar a vacinação desse grupo.
A
audiência foi realizada a pedido do diretor do Centro de Desenvolvimento da
Gestão Pública e Políticas Educacionais (DGPE) da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), o ex-ministro Prof. Henrique Paim, ao lado dos representantes do
Movimento Todos Pela Educação, Unicef e Unesco e da Representação da
Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura
(OEI). O encontro contou também com o Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime).
Dados da
FGV apontam que dos 3 milhões de trabalhadores da área, pelo menos 700 mil já
tomaram ao menos a primeira dose porque se encaixam em outros grupos
prioritários.
A
governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, liderança da Educação do
Fórum de Governadores, destacou em sua fala que as contribuições das entidades
dialogam com o que vem sendo discutido pelos gestores, para inclusão dos
trabalhadores das escolas nas prioridades da vacinação.
“É preciso antecipar a vacina dos profissionais da educação, do porteiro ao professor, da rede pública e privada. Ninguém vai me convencer de que isso não é possível. É um grito que quero deixar aqui”, disse Fátima Bezerra.
A
sugestão apresentada pelo coordenador do Fórum, o governador Wellington Dias,
foi para que haja mutirão em junho. Na ocasião, o gestor compartilhou indícios
de que o Brasil aumentará a capacidade de aplicação de doses, diante de
avançadas tratativas para que o país tenha prioridade mundial na compra de
imunizantes, assim como a Índia.
O
governador também informou que há previsão para produção de IFA pelos
laboratórios Fiocruz e Butantan. “Com a transferência tecnológica para produção
de IFA, o Brasil vai ter mais independência para ampliar a vacinação. Como é
que a gente tem alternativas como essa e não há organização nacional na direção
de vacinar o segmento dos educadores?”, criticou Wellington Dias, anunciando
que a antecipação acontecerá independente de novas diretrizes do Ministério da
Saúde.
Os
governadores do Amapá, Waldez Góes, e do Espírito Santo, José Renato Casagrande
também contribuíram com o debate e compartilharam os casos de seus estados. “O
que nos une aqui é o desejo pela retomada do ensino presencial seguro, o que
debatemos são as circunstâncias”, completou Fátima Bezerra.
O
vice-presidente do Consed, o potiguar Getúlio Marques, chamou atenção para a
particularidade da situação epidemiológica de cada ente federativo para a volta
das aulas presenciais. “Foi assumida a posição de que a vacinação é elemento
indutor para a retomada segura das atividades presenciais associada à melhoria
das condições pandêmicas”, salientou o secretário, destacando também a
necessidade de continuar avançando no processo de inclusão dos alunos em
situação de maior vulnerabilidade.
Getúlio lembrou também que o PL 3477/2020, que dava acesso à internet a estudantes e professores da rede pública, foi aprovado no Congresso Nacional, mas o presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou. Há um movimento nas Comissões de Educação da Câmara e do Senado para derrubar o veto.