Vacina pode ser adaptada a variantes em 2 meses, diz infectologista da Fiocruz

 


Foto: reprodução/CNN Brasil

O pesquisador da Fiocruz e infectologista Julio Croda disse que, caso fique comprovado que a resposta imunológica ao novo coronavírus foi afetada pelas novas variantes, uma atualização da vacina para que elas se tornem mais eficazes pode ser feita em dois meses, disse em entrevista à CNN Brasil.

“Se precisar fazer qualquer mudança na vacina, essa mudança deve acontecer em dois meses. Todas as adaptações necessárias para que seja incorporado o material genético dessa nova variante na vacina da AstraZeneca e Oxford, ou o vírus inativado desta nova variante na vacina da Coronavac”, afirmou.

Croda está participando de um novo estudo, realizado em Manaus, onde quase toda a população de profissionais de saúde já foi vacinada, para compreender se houve ou não a preservação da eficácia das vacinas aplicadas. Ele acredita que no começo de março já encontrem os primeiros resultados.

“Eu estou participando e ajudando um estudo na cidade de Manaus, em parceria com a Secretaria Municipal de Manaus e com a Fundação de Vigilância e Saúde – que é da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas – para avaliar a efetividade destas vacinas. A gente vai ter algumas respostas no começo de março. A gente espera que a vacina continue efetiva para esta nova variante”.

Para isso, eles estaõ organizando bancos de dados de pessoas vacinadas, pessoas que testaram positivo para Covid-19, pessoas que internaram ou morreram e a partir daí, nos próximos meses, a equipe irá monitorar se quem tomou a vacina apresentou maior ou menor risco para a doença.

“Eu acho que os dados que a gente gerar em Manaus, na prática, vai ser muito importante para todo o Brasil porque se essa variante se tornar predominante, a gente vai saber se a vacina funciona ou não e se a gente pode manter a utilização das vacinas atuais”.

CNN Brasil