Mesmo com polêmicas sobre vacinas, Bolsonaro mantém aprovação de 45%, aponta pesquisa PoderData

 

Foto: Sérgio Lima/Poder360

Jair Bolsonaro enfrenta um cenário político ruim neste início de 2021. A pandemia entrou numa fase com mais casos e mortes. O Ministério da Saúde não conseguiu vacinas a tempo e viu o governo do Estado de São Paulo, de João Doria (PSDB), sair na frente. Na internet, adversários do governo promovem um movimento a favor do impeachment do presidente. Ainda assim, as taxas de aprovação e desaprovação do governo de Bolsonaro se mantiveram no mesmo patamar do levantamento anterior, segundo pesquisa PoderData encerrada nesta 4ª feira (20.jan.2021).

A rigor, houve até variações positivas para Bolsonaro dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais.

Há 15 dias, 52% desaprovavam o governo federal. Agora, no levantamento realizado em 18, 19 e 20 de janeiro, em 544 cidades e com 2.500 entrevistas, a taxa é de 48%.

A aprovação do governo hoje é de 45%, contra 44% há 15 dias. A oscilação também fica dentro da margem de erro.

O que pode explicar a manutenção das taxas de aprovação e de desaprovação do governo Bolsonaro apesar das notícias desfavoráveis ao presidente? Uma possibilidade pode ser o fato de Bolsonaro ter ficado quase em silêncio sobre vacinas desde o que em Brasília tem sido chamado de “Doria day” –o domingo (17.jan.2021), quando o tucano paulista fez grande evento para vacinar a 1ª pessoa no Brasil com a CoronaVac.

A outra possibilidade é que haja um descompasso entre o que aparece na mídia de maneira mais visível, com o noticiário quase sempre negativo, e o que pensa parte da população.

Mais pesquisas serão necessárias para aferir como será a tendência real da curva de aprovação do governo. Até porque é a partir de fevereiro que os brasileiros sentirão para valer o fim do auxílio emergencial que beneficiou cerca de 68 milhões de pessoas até o final de 2020.

Por ora, o que se nota é que a administração bolsonarista segue com um núcleo –de apoio sólido na faixa de 45% dos eleitores. E há uma parcela quase do mesmo tamanho (48%) que o rejeita.

DESEMPENHO PESSOAL

Quando o PoderData pergunta sobre o trabalho pessoal de Bolsonaro, há 5 categorias como opção de resposta: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo.

Nesse cenário, a situação também é de estabilidade, mas com percentuais negativos para o presidente. Os que o rejeitam são 43%, ante 44% no estudo anterior. Já os que disseram que Bolsonaro é ótimo ou bom são 35%, mesma proporção de 15 dias antes.

OS 20% QUE ACHAM BOLSONARO ‘REGULAR’

No Brasil, pergunta-se aos eleitores como avaliam o trabalho do governante. As respostas podem ser: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. Quem considera a atuação “regular” é uma incógnita.

Para entender qual é a real opinião dessas pessoas, o PoderData faz um cruzamento das respostas desse grupo com os que aprovam ou desaprovam o governo como um todo.

Os resultados mostram que 43% desse grupo dizem aprovar o governo quando dadas apenas duas opções. Os que desaprovam são 40%.

Há 15 dias, muito mais pessoas do grupo “regular” disseram desaprovar do que aprovar o governo. Agora, há praticamente a mesma proporção para as duas opiniões.

Os que não souberam responder eram 1% no último levantamento. Agora, são 17%. Esses são os entrevistados sem posicionamento claro. Tendem a ir mais bruscamente de um lado para o outro quando a polarização se intensifica.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Os dados foram coletados de 18 a 20 de janeiro de 2021, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 544 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Poder 360