STJ determina afastamento de Witzel do cargo de governador do Rio e prisão de Pastor Everaldo


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento imediato do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC). Segundo imagens da GloboNews, ao menos três equipes da Polícia Federal estão no Palácio Laranjeiras, sede do governo do Rio, desde as 6h desta sexta-feira.

O STJ expediu mandados de prisão contra Pastor Everaldo, presidente do PSC e mentor da candidatura de Witzel, e contra Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado.

Witzel não tem mandado de prisão contra ele. O Pastor Everaldo já foi preso nesta manhã, ainda antes das 8 horas, segundo imagens da GloboNews.

Ao todo, foram expedidos 17 mandados de prisão — seis preventivas e 11 temporárias e 72 de busca e apreensão.

Há ainda mandado de busca contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que também é investigada por suposta compra irregular de insumos durante a pandemia. Outro mandado é contra André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio.

Com a saída de Witzel, o vice-governador Cláudio Castro assume o governo. A defesa do governador disse à GloboNews que acompanha o caso e se manifestará em breve.

É o desdobramento de duas operações. A Favorita, que revelou negócios do empresário Mario Peixoto, preso na Lava-Jato e que tem negócios suspeitos com o estado do Rio. E, sobretudo, a Placebo, que mira Witzel e sua mulher em investigações sobre os contratos supostamente irregulares fechados durante a pandemia do coronavírus.

No dia 26 de maio operações de busca e apreensão já tinham mirado o Palácio Laranjeiras e outros endereços ligados ao governador e à primeira-dama. O destino do governador se complicou quando o ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos, acertou uma delação premiada e prometeu entregar provas que poderiam envolver o governador num esquema de corrupção na Saúde do Estado.

Witzel é ex-juiz e nunca havia assumido cargo público antes de governar o Rio. Foi eleito colando sua imagem à do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro. Aos poucos, porém, o governador e o presidente foram se afastando. Nos últimos meses, isolado policitamente e com o avanço das denúncias, Witzel foi alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio, que corre em paralelo com seu pedido de afastamento.

Pastor Everaldo é pastor na Assembleia de Deus e foi candidato a presidente em 2014 pelo partido que presideo, o Partido Social Cristão.

(Com Agência O Globo e Estadão Conteúdo)