Frente da Mulher avalia desafios e estratégias na luta contra o câncer de mama




 
Os desafios e estratégias para garantir o diagnóstico precoce, tratamento e cura das mulheres diagnosticadas com câncer de mama pautaram a reunião da Frente Parlamentar em Defesa das Mulheres, nesta quinta-feira (17) na Câmara Municipal de Natal. Coordenada pela vereadora Júlia Arruda (PDT), a reunião teve a participação de entidades, secretarias de saúde e da bancada feminina da Casa, que além de Júlia, é formada pelas vereadoras Ana Paula (PL), Carla Dickson (PROS), Divaneide Basílio (PT), Eleika Bezerra (PSL) e Nina Souza (PDT).

A reunião aconteceu dentro da temática do Outubro Rosa. “Temos vários mandatos envolvidos com a causa. Sabemos que muitas vezes não é fácil falar da saúde da mulher e queremos que a mulher tenha acesso às informações, faça o autoexame e que a rede esteja aparelhada para dar acesso das mulheres aos exames e tratamento. Por isso, a Frente vem debater essa temática, alertando para que o assunto esteja em evidência todos os meses”, declarou a vereadora Júlia Arruda.

A médica radiologista Uianê Azevedo, especialista em mamografia, explicou como o tratamento é realizado e como identificar os sinais de câncer de mama. Segundo disse, a forma mais eficiente de combater a doença é identificar anormalidades nos seios. “É muito importante que a mulher conheça seu corpo, realize o autoexame, consulte o ginecologista regularmente e realize a mamografia, quando for o caso”, enfatizou a radiologista. Ela relembrou que a prevenção está ligada à mudança de hábitos. “Se alimentar bem, praticar atividades físicas, meditar, ter convívio familiar, lazer, ter contato com a natureza ajudam. É preciso ter atenção com o uso de hormônios e de contraceptivos”, alerta.

A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que o Brasil somará aproximadamente 60 mil novos casos de câncer de mama em 2019. O número corresponde a 28% de todos os diagnósticos da doença registrados no País.

Segundo as especialistas presentes à reunião, isso é reflexo do acesso às informações sobre a doença e o aumento de diagnósticos vai impactar na redução das mortes. As chances de cura quando a doença é descoberta precocemente chegam a 95%.

Para tanto, a médica oncologista da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer Carla Emerenciano, que coordena o grupo Despertar, ressalta que a rede de assistência precisa ser eficiente. “Não adianta fazermos campanha em outubro e a mulher não ter acesso a um posto de saúde, a médicos especialistas, acesso aos exames e orientações sobre o tratamento. Na Liga damos toda a assistência, mas precisamos que a rede tenha a mesma eficácia, desde a saúde básica. Precisamos falar mais às mulheres e fazê-las irem atrás de seus direitos”, sugere a oncologista.