Portas abertas para a arte

Museu foi instalado este ano, após inauguração da nova sede do NAC
 
Dorian Gray, Picasso, Flávio Tavares, Jota Medeiros, Flávio Freitas, Newton Navarro, Akbar Behkalam, Trak Wendisch. Esses são alguns dos artistas cujas obras fazem parte do acervo do Museu de Artes do Núcleo de Arte e Cultura (NAC/UFRN). A proposta do espaço é expor as obras de artes do acervo institucional, que são 549 obras catalogadas, doadas por diversos artistas e disponibilizadas em vários setores da UFRN, incluindo a coleção de 192 peças de Arte Correio. O Museu foi instalado este ano, após a inauguração da nova sede do NAC, e funciona em uma sala ao lado da Galeria Conviv’Art. O setor está aberto para visitação, das 9h às 17h e podem ser agendadas visitas para grupos. 
O acervo físico possui pinturas, escultura, acrílica, gravuras, tapeçaria, fotografia, colagem, bordado e Assemblage (montagem). Essas obras de arte chegam à UFRN geralmente por meio de doações.
As obras são recuperadas na sala de reserva técnica
“Estamos recolhendo e recuperando várias delas que estavam expostas em vários setores da Instituição. Essas obras que fazem parte desse acervo institucional, que está tombado e sendo inserido no sistema Acervus, da Superintendência de Informática, inicialmente criado com esse foco para dar visibilidade ao material”, explica a diretora do NAC, Teodora Alves.
Diferente da galeria, onde são realizadas exposições variadas, mês a mês, o espaço do Museu é direcionado para expor obras do acervo de artes permanente da UFRN. A proposta é em média a cada três meses, expor outras obras do acervo institucional. “A nossa intenção é melhorar esse espaço também, na perspectiva de deixá-lo mais interativo, tecnológico e educativo, disponibilizando informações sobre o acervo, com história das obras e dos autores”, explica Teodora.
Para isso, o servidor do Museu Câmara Cascudo, Gildo José Santos Júnior, que é museólogo, está colaborando na organização do Museu de Artes do NAC, fazendo o diagnóstico do acervo e indicando os equipamentos necessários para a reserva técnica e os modos adequados de acondicionamento e exposição das obras.
Segundo a servidora do NAC, Elidete Alencar, uma comissão da UFRN está elaborando um mapeamento das obras do acervo de artes da instituição, assim como definindo critérios de empréstimos e de manipulação das obras. “A Política de Memória da UFRN, em seu artigo 5, destaca que os acervos precisam ser preservados”, destaca.
O espaço está aberto para visitação das 9h às 17h
Arte Postal
Além das obras físicas, o Museu tem uma versão virtual que foi pensada inicialmente pelo artista e servidor aposenado do NAC, Jota Medeiros, como projeto de extensão e denominado Museu Virtual Abraham Palatnik, em homenagem ao artista norte-riograndense Abraham Palatnik e Doutor Honoris Causa da UFRN, que se projetou internacionalmente, a partir da 1ª Bienal de São Paulo (1951), com seu trabalho artístico associado à ciência e à tecnologia.
Ao longo dos últimos anos o referido Projeto de extensão vem dando visibilidade a obras do Acervo de Artes Visuais da UFRN e a coleção de Arte Correio doada pelo próprio artista Jota Medeiros. O site onde consta esse material, que inclui entre outros, selos, postais e cartas, está em processo de reestruturação, inclusive devido à instalação física do Museu de Artes do NAC e, portanto da necessidade de melhor expor virtualmente todas as obras constantes nos referidos Acervos, mas continua ativo.

Obras do acervo de Arte Correio ou Arte Postal do Museu do NAC

“Este acervo de Arte Correio também é muito significativo para a UFRN quanto para pesquisadores do Brasil e de muitos outros países, fazendo parte do movimento Arte Correio, desencadeado fortemente durante as décadas de 1960 a 1980 e se traduzindo em uma comunicação afetiva e sociopolítica entre artistas do país e também do exterior, portanto, precisamos valorizar, cuidar e dar visibilidade a esse acervo”, ressalta Teodora.
A Arte Postal foi uma forma que artistas utilizaram para, por meio de envelopes, telegramas, selos ou carimbos postais, se expressar, principalmente em períodos de difícil comunicação e expressão de ideais, como guerras e ditaduras. Para isso, se utilizam de várias técnicas, como colagens, fotografias, pintura e escrita. No Brasil, esse meio de expressão começou a ser utilizado no período da censura, após 1964, quando vários artistas passaram a se manifestar por meio da Arte Postal.