Em defesa dos Direitos Humanos, Câmara aprova Comenda Vereadora Marielle Franco


O Plenário da Câmara Municipal de Natal aprovou, na sessão ordinária desta quarta-feira (17), o Projeto de Resolução n° 9/2018 de autoria do vereador Raniere Barbosa (Avante) que cria a Comenda Vereadora Marielle Franco com a finalidade de homenagear mulheres que se destacaram na luta pela defesa e garantia dos Direitos Humanos na capital potiguar. A condecoração será entregue anualmente com o objetivo de valorizar iniciativas sociais.

"Em tempo: direitos humanos são direitos constitucionais, amparados pela Constituição Federal, Tratados e Convenções Internacionais. São essenciais, irrenunciáveis e indispensáveis para uma vida digna. Aproveitamos, também, para enaltecer a vida, a coragem e o amor, que são as marcas da mulher incrível que foi Marielle; defensora dos direitos humanos, que se dedicou a construir um mundo mais justo", defendeu Raniere Barbosa.

Já a vereadora Divaneide Basílio (PT), que subscreveu a proposta, falou que o assassinato da vereadora carioca chama atenção para a violência contra as mulheres. "Marielle, mulher negra, lésbica, com origem na favela, era voz daquelas que não são ouvidas nos espaços de poder. Ela era um corpo incômodo, que expunha o caráter sexista e racista de muitas instituições. Na verdade, o nosso mandato pretendia fazer algo semelhante para homenageá-la, mas tivemos a grata surpresa de saber que Raniere Barbosa havia encaminhado esse projeto, que prontamente subscrevemos".

Por sua vez, o vereador Cícero Martins (PSL) votou contrário ao texto que, segundo ele, deveria inserir o motorista Anderson Gomes, assassinado junto com a parlamentar. Neste sentido, ele apresentou uma emenda solicitando a inclusão na comenda dos nomes de Anderson Gomes e da policial Juliane dos Santos, assassinada no ano passado. Todavia, a proposição foi rejeitada e a redação original mantida.

"Acho que o motorista Anderson, morto no exercício do seu trabalho, não podia ser esquecido. Ele também é vítima, também foi fuzilado, também tem família. Por que só a vereadora deve ser lembrada? A PM Juliane dos Santos, que era negra, lésbica e de origem humilde, morreu depois de 24 horas de tortura. Juliane não merece uma homenagem? Enfim, me esforcei para melhorar o projeto", justificou Cícero.