Golpe que anuncia falso processo seletivo do Samu já fez 6.000 vítimas



Os golpes por WhatsApp vêm se tornando cada vez mais comuns. A novidade da vez são mensagens distribuídas pela rede social sobre um suposto processo seletivo no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A campanha falsa já fez 6.000 vítimas, segundo estimativa da empresa de cibersegurança Eset.
Segundo a mensagem, as vagas são de início imediato, não é necessário ter experiência e os salários chegam a 3.348,21 reais. Ao acessar o link, o usuário é direcionado a uma tela, onde é informado que a página de destino foi alterada para um novo endereço.
Esse outro site contém uma ficha cadastral, que a vítima deve preencher com seus dados pessoais para poder continuar no processo. Feito isso, o usuário depara-se com um teste para provar que não é um robô. Para isso, deve compartilhar essa mensagem com mais dez pessoas ou em grupos no WhatsApp. A página possui um botão vermelho grande onde está escrito “COMPARTILHAR”. Na parte inferior, estão uma série de comentários falsos no Facebook que pretendem dar credibilidade ao golpe, mostrando supostas pessoas que já mandaram seus currículos para a vaga.


A Eset analisou o código fonte do site e descobriu uma função que contabiliza a quantidade de vezes que o botão é acessado. “Quando a vítima clica mais de dez vezes, é redirecionada para algum dos dois sites falsos repletos de publicidade, em que os cibercriminosos lucram por acesso”, explica Camillo Di Jorge, Country Manager da Eset no Brasil e especialista em segurança. Já os dados pessoais adquiridos são utilizados em campanhas maliciosas futuras.
 Após compartilhar com mais de dez pessoas, a vítima é redirecionada para um site falso. Reprodução: ESET
Após compartilhar com mais de dez pessoas, a vítima é redirecionada para um site falso. Reprodução: ESET (//Reprodução)
Segundo ele, os cibercriminosos aproveitaram-se da situação de desemprego no país e da credibilidade que o Samu passa. “Os ataques são fundamentados para chamar a atenção do usuário. Em um país que está com milhões de desempregados, as pessoas se sentem atraídas a seguir esse tipo de campanha”.

De acordo com Di Jorge, os sites utilizados para lucrar por quantidade de cliques são bem antigos. “Eles podem até ter sido sequestrados pelos criminosos”, relata ele.

A empresa lembra que é preciso se atentar a alguns fatores para perceber que trata-se de um golpe. Normalmente vagas para serviços públicos são ofertadas através de concursos e possuem alguns critérios mínimos. 

Segundo Di Jorge, é preciso desconfiar sempre e recomenda que o ideal seja mesclar atenção e comportamento com algum programa de segurança. “Confira no site da empresa a informação, ligue para ela. Só assim é possível ter certeza que não é um golpe”, completa ele.

REVISTA VEJA