Jornalista expõe acervo sobre copas do mundo na Assembleia Legislativa


As últimas pepitas desse fabuloso tesouro, representadas pelas formas de quase trezentas versões de romances que coletamos nas mais diversas regiões". O trecho é a explicação do poeta e folclorista Deífilo Gurgel (1926-2012) sobre uma de suas últimas obras, o Romanceiro Potiguar. Porém, a descrição também caberia a um acervo esportivo que começou a ser coletado pelo próprio Deífilo e que, a partir do dia 11 de junho, será exposto por um de seus filhos na Assembleia Legislativa.
 
Apaixonado por futebol desde criança, o jornalista Alexandre Gurgel herdou do pai a curiosidade sobre o esporte. Torcedor do Flamengo e da Seleção Brasileira, Deífilo Gurgel presenteou o filho, então com 9 anos, com duas revistas sobre as copas de 1958 e 1962, além de um vinil com as narrações dos gols do mundial do Chile, quando o Brasil conseguiu o bicampeonato. Desde então, Alexandre Gurgel segue ampliando o acervo e fará a exposição na Casa Legislativa.
 
"É um acervo sobre as copas, mas também curiosidades sobre os jogadores, sobre a Seleção Brasileira, o futebol potiguar e a passagem de craques de primeira linha pelo Rio Grande do Norte", explica Alexandre Gurgel.
 
No material a ser exposto, contam 15 camisas da Seleção Brasileira, entre réplicas e originais, referentes a períodos distintos. Dentre elas, a primeira utilizada em copas, ainda na cor branca. Além disso, haverá réplicas das taças Fifa e Jules Rimet, fotos, álbuns, vídeos em VHS, bonecos em miniaturas dos jogadores, vinis com narrações dos jogos das copas e até medalhas originais alusivas aos mundiais de 1950 e 1974.
 
"Têm algumas coisas que vão chamar muito a atenção de quem for observar a exposição, como o vinil com a narração da final da Copa de 1974 em alemão, outro com a narração do milésimo gol de Pelé, além de ingressos dos jogos entre Brasil e Bolívia pelas eliminatórias de 1981, que ocorreu no Rio de Janeiro, e 2016, que foi em Natal. É interessante para se comparar as diferenças ao longo dos anos", analisa o colecionador.
 
Sobre o futebol potiguar, Marinho Chagas recebe maior destaque. Melhor lateral da copa de 1974, “a Bruxa" tem grande espaço no acervo, inclusive com um vinil em que o ex-jogador canta duas canções. "Não era um talento como cantor, mas vale a pena conferir", brinca Alexandre Gurgel.
 
Exposição
 
O material será exposto no Salão Nobre da Assembleia Legislativa entre os dias 11 e 22 de junho, com entrada gratuita. A abertura oficial da exposição ocorre logo após a Sessão Solene para lançamento e entrega da Medalha do Mérito Esportivo Marinho Chagas, que será destinada a pessoas que comprovadamente tenham oferecido, na área do esporte, contribuição relevante ao Estado.
 
Entre os homenageados, estão três ícones do esporte que já faleceram: o volante Dequinha, mossoroense e ex-jogador do ABC e Potiguar de Mossoró, que participou da Copa de 1954; Marco Antônio, o "Garotinho da Copa", locutor esportivo que atuou na mídia potiguar; além do próprio Marinho Chagas, que dá nome à honraria e teve na carreira, além da participação na Copa de 1974, importantes passagens por ABC, Náutico, Botafogo, Fluminense, São Paulo e New York Cosmos.
 
Além deles, serão homenageados ainda os jornalistas Everaldo Lopes, Luiz Bezerra e Rosaldo Aguiar, e também craques do presente e do passado: o ex-ponta-esquerda Luis Ribeiro Pinto Neto, o Lula, que começou a carreira no Ferrovário de Natal, profissionalizando-se no ABC e chegando à Seleção Brasileira, onde disputou 13 jogos; o ex-lateral-esquerdo Nonato, nascido em Mossoró, com passagens por Baraúnas, ABC, América, Cruzeiro, Fluminense e Seleção Brasileira; o ex-meia Souza, nascido em Itajá, criado na base do América e que fez sucesso por Corinthians, São Paulo, Atlético Paranaense, Flamengo e Seleção Brasileira; além do meia Rodriguinho, criado na base do ABC, hoje principal jogador do Corinthians e que figura na lista de suplentes da seleção brasileira para a Copa de 2018.