A RENOVAÇÃO POLÍTICA PEDE SOCORRO - Fábio Macêdo



*Por Fábio Macêdo - 

A descrença da população brasileira com a política é consequência de uma série de escândalos protagonizados pelos mais importantes personagens da República. O que parece ser uma grande oportunidade para renovação, poderá se transformar num dos maiores fiascos da história contemporânea.
Alguns dados demonstram que uma grande parcela da população não tem interesse nem em votar. Um País atolado na maior recessão de sua história, que produziu 14 milhões de desempregados e uma profunda desconfiança, na possibilidade desse modelo agonizante se recuperar, acompanha atônito as prisões dos mais expressivos personagens políticos da nação, dos últimos 20 anos.
O desânimo expressado nas pesquisas não consegue identificar, entre os pré-candidatos, um nome ou projeto que atraia o eleitor, até o momento. O extremismo, patrocinado por figuras carimbadas da política brasileira, consolida a irracionalidade no imaginário do eleitor de que se está ruim, pior ainda pode ficar. A insegurança jurídica que se instalou no Brasil em todos os níveis não poupou o ambiente eleitoral e tem feito um desserviço ao processo democrático. Num universo interpretativo e de recursos intermináveis, brechas e atalhos possibilitam que condenados, em segunda instância, possam pleitear candidaturas a cargos eletivos, até mesmo à Presidência da República, rasgando a Lei da Ficha Limpa (de iniciativa popular). Com isto, o PT, o partido político que mais condenados gerou desde o mensalão até a Lava Jato, ludibria a opinião pública, confundindo-a por completo, tentando transformar crimes comuns com “requintes de crueldade”, em crimes políticos.
Não existe vácuo na política. A aparente apatia, demonstrada por grande parte da população, é a grande aposta da velha política. É nesse cenário, que nos porões do poder, reúnem-se em busca de alianças, sem a menor base ideológica, que os brindem com um mandato. Chama atenção o sumiço espontâneo destes senhores do cenário jornalístico. E quando aparecem, quase sempre, estão nas manchetes policiais. Tem se tornado comum cenas furiosas contra eles seja em restaurantes, aeroportos ou aviões, testemunhados por uma câmera de celular que, num piscar de olhos, viraliza nas redes sociais. Parece ser a maneira prática, que parte da população encontrou, de fazer justiça com as próprias mãos, condenando-os rapidamente, desconfiados da morosidade e leniência dos meios legais. Não deveria ser assim, mas tem sido.
O processo de renovação na política não é tarefa nada fácil. De um lado um grupo de políticos, legislando em causa própria, aprovando fundos bilionários (partidário e eleitoral), distribuídos entre os partidos mais envolvidos com a Lava a Jato (PMDB, PT, PSDB e PP). No campo da comunicação em massa criaram algumas preciosidades: horário eleitoral “gratuito”, que oferece aos partidos maiores o maior tempo disponível, propaganda de governos, muitas vezes com folha salarial atrasada, criação de TVs públicas de Câmara, Senado, Assembleias e Câmaras Municipais, favorecendo a exposição dos velhos personagens. Complementando a “maldade”, encurtaram o tempo da campanha eleitoral para apenas 45 dias, seguindo à risca os preceitos de Maquiavel, onde os “fins justificam os meios”. Os fins, no caso, é para dificultar a renovação política.
A necessidade da reeleição, para muitos, é um instinto de sobrevivência. Seria o passaporte para o fórum privilegiado e seus benefícios, com intermináveis recursos que podem ser implementados, muitas vezes levando à prescrição dos seus crimes? Não se pode esquecer que são estes mesmos políticos que avalizam a chegada dos ministros e desembargadores aos seus poderosos cargos e que a conexão política é tão clara, como a água mais cristalina.
Contrapondo-se a tudo isso observamos, cada vez mais, a participação da população nas redes sociais. Surgem novos protagonistas na comunicação não tradicional que, de forma espontânea, criam uma sólida rede de comunicação que cresce a cada dia, opondo-se aos canais de TVs abertas, em plena decadência, expondo uma verdade, antes desconhecida da maior parte da população. Paralelo a isso tudo, desde as movimentações espontâneas das ruas, contrárias ao descalabro presente, surgiram vários grupos apoiando a renovação na política, muitos deles, até com financiamento de programas e bolsas, pescando em diversos partidos de correntes ideológicas mais diversas, personagens para serem apresentados ao eleitor. Fica a grande dúvida: como juntar socialista, com capitalista para renovar a nossa política já tão dominada pelo socialismo de diversas tonalidades? A aposta é que existe gente decente e ética em todas as correntes, assertiva, verdadeira. Na outra ponta surge o Partido NOVO. Agremiação política com clara visão liberal e reformista, criada por um grupo de brasileiros, liderada pelo engenheiro e administrador de empresas João Amoêdo. O NOVO se afasta da máquina púbica, abre mão do financiamento público, seleciona os seus candidatos através de um rigoroso processo seletivo, que alinha os seus eleitos com um profundo corte de gastos e desprezo total aos privilégios. Entendeu claramente que o Brasil tem que retomar o crescimento e que isso só ocorrerá, liderado pelo exemplo, com a diminuição da máquina pública, corte de ministérios, secretarias, privatizações de todas as estatais, controle do gasto público e, consequente, diminuição dos impostos. Coloca na pauta, como urgente, a reforma da previdência e a simplificação tributária.
Veremos nos próximos meses se os ventos da renovação despertarão o interesse do eleitor, cansado da velha política, a receber propostas inovadoras, longe da polarização irracional da direita x esquerda e que apontem na direção do futuro, projetando um país próspero, que se afaste gradativamente dos protecionismos. Propostas que recuperem a confiança do investimento, apoie o empreendedorismo, diminua a burocracia e faça do Estado um agente facilitador e não um entrave à recuperação da nossa economia.

*FÁBIO MACÊDO É MÉDICO, PROFESSOR E FILIADO DO NOVO EM NATAL, RN