“STJ fez a justiça lógica e devida”, afirma Raniere Barbosa ao voltar para a Câmara de Natal

Vereador Raniere Barbosa (PDT) retornou às suas atividades na Câmara de Natal nesta quarta-feira 8 - AGORA IMAGENS

O vereador Raniere Barbosa (PDT) retornou às suas atividades na Câmara Municipal de Natal após entendimento unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que restituiu seu mandato na última terça-feira 7. Raniere foi recepcionado por dezenas de eleitores e funcionários da Casa, que celebraram seu retorno. Muito embora só vá reassumir a presidência no próximo dia 22 – período de transição do comando de Ney Lopes Júnior (PSD) -, Raniere desde já mostra-se empolgado em reiniciar seus trabalhos. Em entrevista concedida ao Portal Agora RN/Agora Jornal, o vereador salientou seu desejo de seguir contribuindo para o Legislativo municipal, fruto de uma decisão do STJ que, segundo ele, “foi uma justiça lógica e devida”.
“Vejo que o STJ exerceu sua prerrogativa maior e fez a justiça devida e lógica. A Câmara de Natal preservou e respeitou plenamente o Judiciário – tanto o local quanto o STJ, e o Superior entendeu que eu não poderia ter sido afastado, pois não cometi nenhum crime ou delito no exercício da minha atividade parlamentar. Vamos agora, com muita serenidade, resgatar nosso trabalho, e nada melhor para isso do que esse desafio de provar minha inocência”, contou.
Raniere lembrou que, até o momento, nada foi provado sobre seu envolvimento no suposto esquema de desvios de verbas na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) – alvo de investigação do Ministério Público. O presidente da Casa se disse tranquilo enquanto trabalha para provar sua inocência, junto à sua defesa.
“Desde a denúncia do MP estamos trabalhando para provar que não cometi nenhum crime ou delito. De 347 mil e-mails, de 50 mil horas de telefones grampeados, não há nada que me relacione ou me identifique como estando envolvido em atividade criminosa. Terei oportunidade de trabalhar e provar minha inocência; para mim, esta é a maior meta da minha vida pública hoje, e terei a honra de mostrar isso ao povo natalense. É claro que respeito os órgãos de controle, que receberam a denúncia e foram investigar, cumprindo suas prerrogativas, mas também tenho meu direito legal de buscar minha defesa e de provar minha inocência”.
Apesar de ter ficado afastado por cerca de quatro meses, Raniere avaliou que, muito embora não possa recuperar o tempo perdido, esta foi uma oportunidade para crescer e amadurecer pessoalmente. “Foi um período que, para mim, não deixa de ser um aprendizado. As adversidades têm que servir para isso. Esses percalços nos fazem adquirir mais maturidade na vida, para entender os caminhos do bem e do mal, e conhecer as pessoas em si – quem são seus amigos de verdade, quem são leais… Acho que temos que aproveitar uma adversidade dessas para o crescimento pessoal. Nada melhor do que ser agredido e acusado e depois provar sua inocência. O tempo perdido, todavia, não se recupera jamais, só nos resta olhar para frente”, apontou o vereador.
O presidente da Câmara de Natal admitiu ter se sentido abalado pelas acusações do Ministério Público, condição que o fez evitar acompanhar e interferir nas questões internas da Casa. “Fiquei tão abalado com o que aconteceu, que não acompanhei absolutamente nada. Não conseguia ligar a TV Câmara para acompanhar uma sessão sequer; cumpri plenamente todas as decisões da Justiça, então não me sentia no direito de participar ou de opinar. Fiz questão de me isentar para depois não dizerem que tive alguma interferência”, explicou.
De acordo com Raniere, seu próximo passo é buscar a atual gestão, para que ela informe o que está sendo aplicado e desenvolvido. Seu objetivo é “buscar o que for melhor para a Câmara, de forma ampla, transparente, equilibrada, sem retaliações ou perseguições. Acho que a sociedade quer ver o político usar a política como instrumento de transformação em benefício do interesse público comum. A Câmara tem que se fortalecer institucionalmente. Eu, como presidente, preciso buscar a transparência da Casa, a eficiência do nosso trabalho, e tentar fazer com a sociedade se aproxime mais da Câmara, participe e cobre.”, concluiu.


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