Extremoz guarda memória da história do RN e da Igreja Católica
Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo
A Paróquia de São Miguel Arcanjo, em
Extremoz, na região metropolitana de Natal, foi criada há mais de 200 anos,
sendo uma das mais antigas do Rio Grande do Norte. De acordo com o Padre Normando Pignataro
Delgado (in memoriam), no livro Paróquias Potiguares – uma história,
“por Alvará Régio, de 6 de junho de 1755, assinado pelo rei Dom José I, de
Portugal, ao tempo do marquês de Pombal, o povoado foi confiscado aos jesuítas e transformado na
Freguesia de Extremoz. Então, a Igreja de São Miguel, o mais belo templo da
Capitania, passou à condição de Igreja Matriz da sede paroquial de Extremoz. A
freguesia foi instalada em 3 de maio de 1760.”
Ainda
segundo o livro, a “Paróquia de Extremoz passou por mudanças e transformações,
até que, depois de 1897, foi extinta e transferida definitivamente para
Ceará-Mirim.”
Em
1968, o jovem sacerdote belga
Jacques Theisen (Pe. Tiago) chegou à Arquidiocese de Natal, para um trabalho de
missão. Quando chegou à Arquidiocese,
assumiu a comunidade de Extremoz, onde recriou a Paróquia. Em 15 de abril de
1982, o então Arcebispo, Dom Nivaldo Monte, publicou decreto restaurando a
Paróquia de São Miguel Arcanjo. Na ocasião, foi nomeado pároco o Padre Inácio
Loiola Bezerra.
Ruínas de São Miguel
Inicialmente,
os índios Tupis e Paiacus habitavam as terras que hoje pertencem ao município
de Extremoz. Eles viviam às margens da Lagoa de Guajiru. Em 1607, uma parte da
terra foi concedida aos jesuítas, pelo capitão-mor do Rio Grande do Norte,
Jerônimo de Albuquerque. Segundo relatos do historiador Câmara Cascudo, em
1757, durante as invasões holandesas ao Brasil, os jesuítas foram expulsos e a
povoação tornou-se a primeira Capitania do RN, com a categoria de Vila.
Ainda hoje quem passa pela
cidade de Extremoz, pode contemplar as ruínas da primitiva Igreja de São
Miguel. A destruição do templo foi contada geração a geração, através de
lendas. Uma delas faz menção a um tesouro, que seria sido enterrado no interior
da construção da Igreja. Os antigos moradores, segundo a lenda, teriam demolido
o templo, na tentativa de encontrarem o tal tesouro.
De acordo com o atual pároco,
Padre João Pedro Sobrinho, a igreja primitiva era a mais bela construída no
estilo colonial. Media 16 metros de altura, 13m de largura e 30m de
comprimento. As paredes tinham 80 centímetros de largura. Hoje, há apenas
alguns pedaços das paredes, no local. No mesmo espaço, se encontra um cruzeiro,
que era o marco dos jesuítas, quando chegavam para um lugar para a missão.
Os janelões do antigo templo foram
transformados em portas para a atual Matriz. A pia batismal também é usada, na
Igreja de São Miguel. O índio Poti (Felipe Camarão) foi batizado nessa pia, em
13 de junho de 1612.
Ruínas da Igreja de São Miguel
Nos dias atuais
Atualmente,
a Paróquia de São Miguel Arcanjo compreende apenas o município de Extremoz e é
formada por 19 comunidades. No último dia 24 de agosto, foi criada a Paróquia
de São João Batista, com sede na praia de Pitangui, sendo desmembrada da
Paróquia de Extremoz. “Somos uma paróquia missionária e com forte devoção ao
São Miguel Arcanjo. Acredito que o sentido missionário vem da raiz da
evangelização conduzida pelos jesuítas, nestas terras. E, mais recente, tivemos
o trabalho realizado pelo Padre Tiago Theisen, que sempre enfatizou muito a
catequese”, define o pároco, Padre João Pedro.
A festa do padroeiro, São
Miguel, é celebrada no mês de setembro. Contudo, a preparação dos fiéis para os
festejos já começa no mês de agosto, com a peregrinação da imagem do padroeiro
pelas comunidades. A festa acontece no período de 21 a 29 de setembro.
As ações da Paróquia são
realizadas por 15 pastorais, movimentos e serviços.
Padre João Pedro - Pároco
ENDEREÇO
Praça
Prefeito José Franco, s/n
Centro
59575-000
– Extremoz – RN
MISSAS
Igreja Matriz
. Domingos
– 19h
. Sábados
- 6h30
. Todo
dia 29, às 19h30, missa votiva em honra de São Miguel
SAIBA MAIS
(84)
3279-2716
saomiguelparoquia@yahoo.com.br
www.facebook.com/miguel.larcanjo.5
FOTOS
“Igreja Matriz”
LEGENDA: Igreja Matriz de São
Miguel Arcanjo
CRÉDITO: Rivaldo Júnior
“Ruína”
LEGENDA: Ruínas da Igreja de
São Miguel
CRÉDITO: Rivaldo Júnior
“Pe. João Pedro”
LEGENDA: Padre João Pedro,
pároco
CRÉDITO: Rivaldo Júnior
Fonte: Revista A Ordem/setembro de 2017