Um circo chamado Brasil!


Claudio Schamis - opiniaoenoticia.com.br -

Enquanto nós aceitarmos tudo isso que estão fazendo à luz do dia debaixo de nossos narizes não tem como acabar não achando graça. Mas isso para não chorar. Melhor rir do que chorar apesar de que chorar limpa um pouco os pulmões. E de que adiantaria chorar? O leite já foi derramado faz tempo. Já virou nata. Já coalhou.
Agora não tem mais jeito. O que fizeram e estão fazendo é a prova cabal de que nosso país está cada vez mais no caminho do salve-se quem puder. Ou melhor, deixe o país quem puder. Não há luz (mais cara por sinal) no final do túnel. Não há túnel. Esperança? Esquece. Pra mim o país acabou. Falta só a pá de cal. Pois se for concreto ele pode estar superfaturado.
Eu sinceramente não acredito mais na ressurreição do país. Só daqui sei lá quantas gerações. Talvez. Não agora. Não ano que vem. Só não vou dizer nunca, pois aprendi que nunca é uma palavra muito forte.

Um circo chamado Brasil! Capítulo 1: Julgamento Chapa Dilma-Temer.
(Foto: Pixabay)
Mas esse circo foi armado e todos nós ficamos com cara de palhaço (Foto: Pixabay)
Finalmente na última terça-feira, 4, seria o “julgamento do ano”. O circo foi todo armado. Literalmente. Salas extras para a imprensa com televisões, a imprensa brasileira e internacional toda reunida, expectativa de auditório lotado para no final de tudo, nada acontecer.
Minto, aconteceu, o que já era de se esperar. A defesa de Dilma pediu um prazo. Mais cinco dias que não serão cinco dias. Já sabemos disso. Estão fazendo o que sempre fizeram. Estão se esquivando de algo que está claro, consumado, transparente, mas que na visão turva da defesa há necessidade de mais prazo. E de prazo em prazo as próximas eleições vão chegando.
Aí começam as discussões, se a chapa é única, se um pode ser separado do outro, mesmo sendo uma dupla de dois que não se bicava muito. E nada se resolve. Vão escutar agora novas testemunhas. E aí mais tarde alguém vai pedir vista e de vista em vista nada vai acontecer. Só o que já sabemos. É o “enrrolation” típico de covardes e de nossa classe política.
Isso tudo só vem agravar mais ainda a situação do país. Contrário do que pensa nosso ministro da Economia, Henrique Meirelles, que tem certeza de que o país começará a mudar no próximo semestre. Que os investimentos voltarão e o país com isso começará a crescer. Eu não acredito.
Mas digamos que se consiga acabar esse julgamento e a chapa seja cassada. O nosso presidente deixaria de ser presidente. Aconteceriam eleições indiretas. Imagem o Congresso escolhendo um presidente para um mandato tampão. Digamos também, que Temer seja considerado culpado, mas ao mesmo tempo não seja inelegível. Ele poderia automaticamente se candidatar. E aí? Onde isso tudo nos levaria?
Chega uma hora que não sei nem o que pensar. Se é melhor tentarmos sobreviver com o que está aí e esperar 2018, se bem que não vai mudar muita coisa, com o povo pensando da maneira como sempre pensou e colocando sempre as mesmas pessoas de volta no covil.
Mas esse circo foi armado e todos nós ficamos com caras de palhaço. Mais uma vez.

Um circo chamado Brasil! Capítulo 2: Reforma política.
A reforma política de que tanto falam e com as propostas apresentadas só podem querer mais uma vez que o povo continue com o seu papel de palhaço.
Não existirá reforma política enquanto não forem reformados primeiro os políticos que fazem a nossa política. Se não renovar, eles só farão uma forma diferente, mas que no fim somente eles serão os mais beneficiados.
É ridículo o que estão tentando fazer com nosso país.

Um circo chamado Brasil! Capítulo 3: Uber.
Eu trabalho com a Uber. Foi o que me deu uma atividade que me possibilitou pagar minhas contas. Estava desempregado há mais de 4 anos. Foi o que deu essa mesma possibilidade a muitos outros brasileiros e brasileiras. Hoje somos mais de treze milhões de desempregados.
O que veio ser um alívio até para o governo, pois a Uber acaba movimentando a economia de certa forma. É vendido mais combustível, é na manutenção do carro, oficinas, lojas de peças, enfim, a máquina gira. Empregos são mantidos.
Se a questão de regulamentar a Uber os outros aplicativos tem que ser resolvida, que seja, mas sem esse absurdo de emendas que não trarão benefícios principalmente para a sociedade. Tirar a questão da “privatização” é a coisa mais absurda e abusiva que pode acontecer. Estão querendo caminhar na direção contrária da evolução e da livre concorrência. Que algo sadio e que tenderia a que os outros concorrentes queiram melhorar seus serviços e com isso, com essa “guerra” de quem é melhor, todos ganhariam.
Mas nossos políticos não enxergam o que está aí. Eles enxergam interesses ocultos e não ocultos. Eles não enxergam o que é melhor para a sociedade e sim para o lobby e o cartel das companhias de táxis que existem por aí com dedo e propriedade de políticos.
Estamos em mais esse circo assistindo ao retrocesso condizente com a mentalidade de nossos políticos, do Congresso e (talvez) do Senado e (talvez) do Presidente quando este por ventura for assinar a sentença final.
Não duvido nada que a sociedade e os benefícios que esses novos serviços oferecem serão os itens que menos contarão na hora de votar o que acontecerá.
Lamentável. Nojento e sei lá mais o quê!
Salve as baleias. Não jogue lixo no chão. E se beber chama meu Uber.