Poetisa Marize Castro lança "A Mesma Fome" livro inédito dia 8 de dezembro


Marize Castro é uma daquelas poetas icônicas de uma geração. Nasceu em Natal, em 1962, mas pode-se dizer uma das fortes vozes femininas da poesia brasileira. Revelou-se, sobretudo, em 1984, com a publicação de Marrons Crepons Marfins, que surpreendeu a crítica e o público pela força e originalidade da sua palavra. Sua poesia tem sido traduzida por poetas de outros países. Sobre ela, afirmou Haroldo de Campos: 
“Em seus versos há algo de fundamental, algo entre o belo e o verum, a verdade em beleza, um cuidado especial com a síntese, um encontro com a poesia”. Também jornalista e editora, Marize escreveu ainda os livros de poesia Rito (1993), poço. festim. mosaico (1996), Esperado Ouro (2005), Lábios-espelhos (2009), Habitar Teu Nome (2011) e o ainda inédito A Mesma Fome (2016), com data de lançamento para o próximo dia 8 de dezembro, quinta-feira. E o leitor do Substantivo tem o privilégio de ler três poemas do novo livro, os três últimos dessas sete poesias abaixo. Aprecie sem moderação!

INTEIRA
Iluminada por oráculos
alimento anjos com asas quebradas.
Não é de vendaval que eu preciso
mas da língua do amor guardada à beira-mar.
Não entendo de círios
mas de verões e sargaços bailarinos.
Acolhida pela província,
arrisco-me a enlaçar orquídeas em árvores.
Sempre sofri.
Sempre tive febre.
Sempre estive inteira em todos os infernos.
Nunca quis ser abandonada.
Mas aprendi a perder.
O naufrágio me ensinou a ternura dos afogados.
Veja mais poemas inéditos do livro que será laçado no dia 8 de dezembro no link http://www.substantivoplural.com.br/poeta-da-semana-marize-castro/